Quem sou eu
- Prof. Gilson Donato
- Professor de Língua Portuguesa e Literaturas em Língua Portuguesa, de Língua Inglesa, de Lingua Francesa, linguista, pedagogo, psicopedagogo, assessor em Educação
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
JOSÉ LINO GRÜNEWALD
p a s a t e m p o
p a s s a
c o m i d a
a v i d a
b e b i d a
d o r m i d a
a v i d a
i d a
v e r
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
LÍNGUA TUPI
Exemplos:
Imirim > y + mirim = riozinho onde y significa água, rio e mirim, pequeno
Iguaçu > y + guaçu = rio grande
quinta-feira, 5 de abril de 2012
POESIA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
MÃOS
Francisco José Tenreiro
Mãos que moldaram em terracota a beleza e a serenidade do Ifé.
Mãos que na cera polida encontram o orgulho perdido do Benin.
Mãos que do negro madeiro extraíram a chama das estatuetas olhos de vidro
e pintaram na porta das palhotas ritmos sinuosos de vida plena:
plena de sol incendiando em espasmos as estepes do sem-fim
e nas savanas acaricia e dá flores às gramíneas da fome.
Mãos cheias e dadas às labaredas da posse total da Terra,
mãos que a queimam e a rasgam na sede de chuva
para que dela nasça o inhame alargando os quadris das mulheres
adoçando os queixumes dos ventres dilatados das crianças
o inhame e a matabala, a matabala e o inhame.
Mãos negras e musicais (carinhos de mulher parida) tirando da pauta da Terra
o oiro da bananeira e o vermelho sensual do andim.
Mãos estrelas olhos nocturnos e caminhantes no quente deserto.
Mãos correndo com o harmatan nuvens de gafanhotos livres
criando nos rios da Guiné veredas verdes de ansiedades.
Mãos que à beira-do-mar-deserto abriram Kano à atracção dos camelos da ventura
e também Tombuctu e Sokoto, Sokoto e Zária
e outras cidades ainda pasmadas de solenes emires de mil e mais noites!
Mãos, mãos negras que em vós estou pensando.
Mãos Zimbabwe ao largo do Indico das pandas velas
Mãos Mali do sono dos historiadores da civilização
Mãos Songhai episódio bolorento dos Tombos
Mãos Ghana de escravos e oiro só agora falados
Mãos Congo tingindo de sangue as mãos limpas das virgens
Mãos Abissínias levantadas a Deus nos altos planaltos:
Mãos de África, minha bela adormecida, agora acordada pelo relógio das balas!
Mãos, mãos negras que em vós estou sentindo!
Mãos pretas e sábias que nem inventaram a escrita nem a rosa-dos-ventos
mas que da terra, da árvore, da água e da música das nuvens
beberam as palavras dos corás, dos quissanges e das timbilas que o mesmo é
dizer palavras telegrafadas e recebidas de coração em coração.
Mãos que da terra, da árvore, da água e do coração tantã
criastes religião e arte, religião e amor.
Mãos, mãos pretas que em vós estou chorando!
POEMA DE GUINÉ-BISSAU
Imerecimento
Tony Tcheca (António Soares Lopes)
Adormeço
na
luz
dos
teus
olhos
vejo
Veneza
que
não
conheço
Ondulo
num
círculo
de
ondas
de
levitação
Confesso:
não
mereço
a
ternura
da
gôndola
acariciando
as
águas
onda
a
onda
Poema de Guiné-Bissau
Imerecimento
Tony Tcheca (António Soares Lopes)
Adormeço
na
luz
dos
teus
olhos
vejo
Veneza
que
não
conheço
Ondulo
num
círculo
de
ondas
de
levitação
Confesso:
não
mereço
a
ternura
da
gôndola
acariciando
as
águas
onda
a
onda
quinta-feira, 29 de março de 2012
POEMA CABOVERDIANO
Suplicarei
Chorarei
Atirar-me-ei ao chão
E prenderei nas mãos convulsas
Ervas e pedras de sangue
Não vou para Pasárgada
Gritarei
Berrarei
Matarei
Não vou para Pasárgada
O TEXTO DATADO MAIS ANTIGO EM PORTUGUÊS
A Ribeirinha
(ou Cantiga de Guarvaía)
Paio Soares de Taveirós
No mundo non me sei parelha1,
mentre2 me for' como me vay,
ca3 já moiro por vos - e ay!
mia senhor4 branca e vermelha,
queredes que vos retraya5
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea6!
E, mia senhor, des aquel di'ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha7
d'aver eu por vos guarvaya8,
pois eu, mia senhor, d'alfaya
nunca de vos ouve nen ei
valia d'a correa.